quarta-feira, 25 de setembro de 2013
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
sábado, 21 de setembro de 2013
Livros com Rum
Uma das entrevistas mais interessantes que já fiz.
Para ouvir aqui
Com António Ferreira, para a Rádio Universitária do Minho.
Para ouvir aqui
Com António Ferreira, para a Rádio Universitária do Minho.
Opinião
Do blogue Os dias e os livros, sobre O Albatroz.
http://osdiaseoslivros.blogspot.pt/2013/09/albatroz-teresa-lopes-vieira_9482.html
http://osdiaseoslivros.blogspot.pt/2013/09/albatroz-teresa-lopes-vieira_9482.html
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
Jantar revivalista e por que escolho não ir
Fui convidada para um jantar de revival, organizado pelos
meus ex-colegas de liceu. Andei nesta escola a juventude toda, por isso são
pessoas que conheço há muito.
Tentei postar um texto no evento, a explicar a minha recusa,
mas, depois de uns problemas técnicos que não o permitiram (era longo demais), resolvi que seria
igualmente bom colocá-lo aqui, e pôr lá o link para o blogue.
Até porque as ideias expressas reflectem a minha opinião
relativa a eventos deste tipo, no geral. E se achei o caso suficientemente importante
escrever tanto, a verdade é que mas vale também publicar aqui.
Olá,
Ia carregar, mais uma vez, no botão de recusar um jantar do
liceu e ocorreu-me que seria interessante explicar.
Até porque eu própria me perguntei: será que devia ir? Mas
não me apetece ir! Mas por que é que não me apetece ir? Será isto normal?
Então, após alguma reflexão, cheguei à conclusão de que não
tenho nada contra estes jantares, nem contra aqueles que os frequentam. No
entanto, há razões muito específicas pelas quais eu escolho não ir:
No liceu, fiz amigos. Pessoas com quem me identifiquei, de
quem gostei e que gostaram de mim. Continuo a falar e a estar com essas
pessoas, e não preciso de um evento à escala da minha antiga escola para me
recordar de que ainda quero estar com eles e ainda gosto deles. Simplesmente,
quando me apetece fazê-lo, pego no telefone e faço-o.
Nos dias que correm, ainda temos o Facebook, uma maneira de
dizer “até te curto, vamo-nos manter em contacto”.
Na minha opinião, é o que acontece às pessoas que querem
estar umas com as outras: se querem, estão, se não querem, não estão. Se
querem, falam, se não querem, não falam.
Eu não me acho melhor do que ninguém. Simplesmente não tenho
paciência para perder uma noite a fingir que “o mundo se meteu entre nós” ou
“ando tão atarefada e...ups, já passaram 10 anos!”. Não, porque não acredito
nesse tipo de acasos. Amigos são amigos e aqueles que ficam, ficam. Mesmo que trabalhem
12 horas por dia ou que vivam no cu de judas.
Portanto, e muito resumidamente: não me levem a mal, mas se
não vos vejo há 15 anos, é porque provavelmente não vos quero ver. E
vice-versa.
De cada vez que encontro alguém do Liceu na rua (alguém com
quem, por “coincidência”, não tenha combinado nada nos últimos 15 anos), é
sempre a mesma conversa: “há tanto tempo”, “temos de combinar alguma coisa”.
Mas sabem que mais? Não, não temos.
Aliás, odeio esse tipo de hipocrisia. Odeio quando alguém me
diz que vai ligar e não liga, ou ter eu própria de estar nesse tipo de posição
em que prometo coisas que não cumpro.
Dos 14 aos 15 anos, fui vítima de bullying. Não estou
ressabiada nem guardo rancor, porque não acredito no mal absoluto, nem no bem
absoluto. No entanto, também não faço questão de me sentar na mesma mesa do que
alguém que, diariamente, me chamava puta e ameaçava de tareia, chamava maricas
aos meus amigos e se gabava de bater em mulheres.
Do mesmo modo, não tenho respeito pelas pessoas que lhe
foram coniventes ou professores que fecharam os olhos. Nos últimos anos, recebi
mensagens (de pessoas que dantes me mandavam mensagens a chamar nomes), como se
nada fosse, a perguntar pela minha vida profissional. Há muita estranheza no
mundo. Eu faço o máximo para não pactuar com ela.
Enervam-me os jantares de revival, em que fingimos ser todos
amigos de pessoas que em tempos detestámos, que nos detestaram ou maltrataram
sem razão, que desprezámos ou nos desprezaram – apenas porque partilhámos a mesma sala de aulas.
Em que se fingem emoções que não se sentem e se dão abraços
sem conteúdo, apenas para aparecer bem numa fotografia.
Em que beijamos pessoas que nunca mais vamos beijar.
Em que se pratica o “gozava contigo na escola mas agora
somos tão amiguinhos” e o “estive na tua turma 5 anos e nunca te dirigi a
palavra, mas agora dá aí o teu cartão porque talvez me dês jeito”.
Não acho que o passado nos defina, mas faz parte de quem
somos e negá-lo é negarmo-nos.
Enervam-me os jantares de revival, também porque nunca
ninguém vai realmente lá para reviver seja o que for. Quer dizer, não duvido
que haja alguns espíritos altamente entusiastas nesse sentido (e entre vocês, pessoas
genuinamente bem intencionadas), mas a maioria vai a essas coisas para jogar ao
perdi-dez-quilos-olhem-para-as-minhas-mamas-novas, ao
a-minha-profissão-é-melhor-do-que-a-tua ou ao
os-meus-filhos-são-mais-giros-do-que-os-teus. E desculpem-me a sinceridade, mas
eu estou-me completamente nas tintas para a vossa profissão e para os vossos
filhos (as mamas novas ainda vá, mas mesmo assim prefiro as genuínas).
Não quero saber quem se meteu na droga, quem foi para stripper,
ou quem ficou milionário. E vocês também não querem saber de mim, o que é
óptimo sinal, porque quer dizer que têm vida própria.
E isto não é um juízo de valor a vosso respeito. Acredito
nas vossas boas intenções. Isto é apenas uma explicação de porque é que eu não
vou, nada mais. Porque me convidaram e porque o Facebook me pede para explicar.
Bom jantar. Àqueles com quem nunca falo: eu não vos odeio!
Apenas me é indiferente saber da vossa vida.
Àqueles com quem quero estar, vão continuar a receber
notícias minhas, porque gosto de vocês. É o que eu faço e é aquilo em que
acredito.
Beijo.
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Concurso Jovens Criadores 2013
É com grande alegria que vos informo de que fui uma das vencedoras do Concurso Jovens Criadores 2013, com a colectânea de poemas Irmão-longe.
http://www.artesideias.com/JC%20RESULTADOS%20final.pdf
http://www.artesideias.com/JC%20RESULTADOS%20final.pdf
sábado, 14 de setembro de 2013
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
A opinião do site Segredo dos Livros sobre O Albatroz
"Este é um livro escrito com uma escrita crua, fria e até mesmo filosófica e profunda. É uma das melhores escritas que encontrei nos últimos tempos e isso foi algo que me surpreendeu, conseguindo, assim, envolver-me na história. História essa que me impressionou. Através de um ambiente pesado e negro, onde o arrependimento, a mágoa e a solidão são as palavras-chave, a autora consegue transmitir-nos inúmeros sentimentos, enquanto conta a história de dois irmãos que se adoram, mas se separaram. Agora, ligados pelas infelicidades da vida, acabaram por se descobrir mais parecidos do que pensavam.
É um livro cheio de significados, significados esses ocultos através da estranha história que nos é contada pela autora. Devo dizer que houve momentos em que eu olhava para o desenvolvimento da história e pensava "a sério!?", mas esta história tem por detrás todo um simbolismo que temos que procurar.
Um livro com uma escrita fantástica e que acredito que marque os leitores de uma forma especial."
Para ler na integra aqui:
http://www.segredodoslivros.com/sugestoes-de-leitura/o-albatroz.html
É um livro cheio de significados, significados esses ocultos através da estranha história que nos é contada pela autora. Devo dizer que houve momentos em que eu olhava para o desenvolvimento da história e pensava "a sério!?", mas esta história tem por detrás todo um simbolismo que temos que procurar.
Um livro com uma escrita fantástica e que acredito que marque os leitores de uma forma especial."
Para ler na integra aqui:
http://www.segredodoslivros.com/sugestoes-de-leitura/o-albatroz.html
terça-feira, 10 de setembro de 2013
sábado, 7 de setembro de 2013
"O problema é que são muito badalhocos"
Estudos comprovam que 1 em cada 5 portugueses já proferiu
esta frase, referindo-se à comunidade gay masculina.
Ok, estudos não comprovam, fui eu que retirei a estatística
da minha fantástica experiência do mundo em geral. Mas mesmo assim, acho que
não me enganarei muito nos números.
Poderia agora lançar-me num infinito ditirambo contra a
homofobia que ainda está, infelizmente, generalizada na nossa sociedade. Em vez disso, sugiro-vos que andem comigo um pouco atrás na História, para um momento de
nostalgia infantil:
Quando cheguei à puberdade, nasceram-me, a mim e às meninas da minha turma, umas coisas chamadas
maminhas. Imediatamente, começámos a ser requisitadas para fazer algo chamado
“curtir”, prática que consistia nuns beijinhos atrás de uma árvore. A quem respondesse a
essa solicitação com frequência, ou apetecesse ir além dos beijinhos, era chamada de “puta”, palavrão esse que
era usado com o mais comum dos vagares.
Muito cedo, as raparigas percebem que, para preservar a sua dignidade, terão de manter, quanto aos seus impulsos carnais, um relativo secretismo.
Enquanto os seus companheiros serão louvados pelas suas conquistas, o mesmo,
com elas, acontece geralmente ao contrário.
Flash-forward para o momento presente:
Estamos no Lux, uma distoteca betinha maioritariamente heterossexual, em que as
mulheres são com frequência solicitadas para fazer todo o tipo de porcarias. É muito comum que, mesmo que lhes apeteça, não o façam. Manel atira-se a Maria à descarada.
Maria acha Manel atraente e já lhe dava umas cambalhotas, mas pensa “agora não, as minhas amigas estão a ver, e
Deus sabe o que vão pensar”. Xavier e Matilde tiveram um date romântico. “Não
podes ir para a cama logo na primeira noite, não podes ser fácil”, diz o
instinto auto-repressivo de Matilde, formado ao longo de anos de experiência
nesta sociedade super igualitária em que vivemos.
Logicamente, a situação acalma-se.
Uma discoteca hetero é um lugar vagamente sensual, no qual a
generalidade dos homens tenta fazer avanços à generalidade das mulheres, que,
apesar de decotes brutalmente sugestivos e saltos hiper-desconfortáveis que fazem lembrar fantasias fetichistas de alto grau, recuam com caras pudicas
e trejeitos coquettes, segundo lhes foi ensinado que era a boa maneira feminina.
Enquanto isso, numa discoteca gay:
João quer dormir com Manel, João dorme com Manel. José quer
beijar Mário, José beija Mário. Miguel quer ir fazer coisas porcas, para o
jardim, com Josefim. E por que não? Miguel faz coisas porcas, no jardim, com Josefim. Ivan
quer dormir com Cláudio, António e Pedro... e adivinhem: Ivan vai dormir com
Cláudio, António e Pedro. Sem problema nenhum.
O que se passa muitas vezes é que a noite gay masculina apenas representa a enorme orgia que nós já todos sonhámos pelo menos uma vez que fosse a nossa vida.
E digo isto partindo do princípio de que é claro que as pessoas que se identificam como gays não são todas badalhocas. E isto acontece porque.... as pessoas não são todas badalhocas.
O que se passa muitas vezes é que a noite gay masculina apenas representa a enorme orgia que nós já todos sonhámos pelo menos uma vez que fosse a nossa vida.
E digo isto partindo do princípio de que é claro que as pessoas que se identificam como gays não são todas badalhocas. E isto acontece porque.... as pessoas não são todas badalhocas.
Percebem onde quero chegar, amigos homofóbicos? Não, não há
nenhum gene especial de badalhoquice, na homossexualidade. Há, sim, seres humanos que gostam de sexo, porque isso é essencial à perpetuação da espécie. Uns são levados a explorar esse instinto, pela sua
educação, outros são levados a reprimi-lo. Tão simples quanto isso.
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Namorada bio - namorada light
Toda a gente que já dedicou o mínimo de ponderação ao
assunto pode concluir que, nos tempos dos nossos avós, o engate era uma coisa
lixada. Primeiro, havia os olhares. Depois, os passeios, os jantares, os
bilhetinhos, o jantar com os pais. Demorava-se anos a dar um beijinho que fosse. Havia
muita masturbação, sob o olhar judicioso do pároco. E depois havia os bordeis.
Os senhores de antigamente (as senhoras não, porque jamais
se ousaria imaginá-las sujeitas a tais ímpetos impuros), coagidos às normas
estritas da época, no que dizia respeito ao pudor e ao sexo, eram por assim
dizer obrigados a satisfazer os seus impulsos carnais noutro lado.
Nas últimas décadas, como sabemos, tudo mudou. Isso tem um
lado positivo. Hoje em dia, a mulher não precisa de se esconder ou de andar a
dar satisfações a seja quem for, aborda o tema livremente e melhor: não tem de
fingir que não gosta de sexo, o que é um alivio.
No entanto, com a banalização do sexo casual, surgiu também
um fenómeno que se espalhou em massas, e a que gosto de chamar a
namorada light.
Já todos ouvimos a história. “Ele disse-me coisas carinhosas, mas já não me liga há quatro dias.”; “Ele anda muito ocupado, por isso só me liga a partir das dez da noite ou quando está bêbado.”; e a minha preferida: “Ele dorme comigo, mas diz que não está preparado para uma relação”.
Já todos ouvimos a história. “Ele disse-me coisas carinhosas, mas já não me liga há quatro dias.”; “Ele anda muito ocupado, por isso só me liga a partir das dez da noite ou quando está bêbado.”; e a minha preferida: “Ele dorme comigo, mas diz que não está preparado para uma relação”.
Pior, numa certa medida, em maior ou menor grau, já quase todas as
mulheres adultas fizeram parte desse tipo de história. É inevitável.
Com a chegada do sexo fácil, e sendo este encarado com uma
coisa cool, é muito mais provável que o mesmo seja aproveitado essencialmente
pelos homens. Quer queiramos quer não, a generalidade das mulheres andou a ver demasiados
filmes e desenhos animados durante a infância. Enquanto os meninos destruíam pontes
com camionetas da Playmobil e recebiam lições de como engatar miúdas por parte
de um tio qualquer que bebia demasiado gin à hora de almoço, as meninas viam A Bela
Adormecida e A Rainha da Sucata (novelas da Sic: o pior que pode haver em
termos de preparação para a vida real). Aí, era-lhes ensinado que existia uma
coisa chamada amor à primeira vista e que quando o encontrassem, teriam também um parceiro eterno e iriam ser muito felizes. Não quer dizer que isso não exista (vou saltar agora, por questões práticas, por cima da análise da questionável relação de causalidade entre estes três elementos). Mas, na maior
parte das vezes, há pelo menos 8 chances em 10 de ele não ser o Zé-do-bairro
que trouxemos no outro sábado para casa depois de uma noite de bebedeira total.
A namorada light é a namorada confusa que, gostando de sexo
e tendo decidido ceder aos seus impulsos, achou que tinha encontrado o príncipe
encantado e decidiu dar-se a ele na mesma noite, na sua própria adaptação
moderna dos contos infantis que ouvia.
No entanto, a menos que a gratificação funcione no seu pleno
para os dois lados (o que é uma hipótese obviamente válida) não vale a pena
quando apenas uma das partes espera que a situação evolua muito mais - e seria uma hipocrisia negar que esta parte é, na generalidade dos casos, a feminina. Se
preciso for, façamos as coisas à moda antiga: afinal, a masturbação e os
bordeis ainda estão lá por alguma razão.
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