domingo, 21 de agosto de 2011

Londres, o rescaldo



Aqui está uma entrevista elucidativa, que nos mostra a perspectiva daqueles que estiveram na origem de alguns actos de vandalismo.

Segundo o famoso blogger David Allen Green, todos temos tendência a olhar para este género de tumultos como para uma confirmação da nossa opinião política já previamente construída: seja ela um preconceito racial ou social (no caso dos conservadores de extrema direita) seja uma questão social latente (no caso da esquerda). Porque no fundo, quando confrontados com estes acontecimentos, todos acham que sabem o que realmente os causou. E assim sendo, estes motins nada mais fazem do que confirmar e reforçar os preconceitos já existentes.

Nesse sentido, o seu suposto efeito desejado (chamar a atenção para, ou a revolta contra, uma determinada ordem social) não teria sido alcançado, mas sim o seu oposto.

No entanto, penso que valerá a pena olhar para a entrevista, e ver um pouco além da atitude displicente destes rapazes para quem estes foram apenas “dias como qualquer outro”. E reflectir um pouco, como o sugere a reportagem, sobre o facto de os mesmos, ainda que perfeitamente conscientes da situação de risco (alguém, incluindo a policia, podia identificá-los através destas imagens) terem querido dar uma voz ao protesto. Mesmo tratando-se de actos perfeitamente selvagens e egoístas, a verdade é que as causas não podem ser ignoradas. Citando o próprio repórter: “o facto de estarem isolados não é uma desculpa, mas sim parte do contexto”.

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