quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Pessoas que guardam o lencinho do ranho no bolso


Estava-se a ver que isto ia acontecer. Normalmente, nunca é alguém muito próximo, ou se é, trata-se de um familiar, género um tio ou um avô. Estávamos a falar com ele, a conversa até corria bem. Da vidinha, nada de novo, etcetera. Até que bimbas! Saca do lencinho. Assoa-se (algum barulho vem sempre associado, não sei porquê), dobra a porcaria do lencinho metodicamente, com um ar sobranceiro. E volta a colocá-lo no bolso. É provável que ache que está a fazer um favor à humanidade, do género: olhem para mim, eu escolhi não gastar papel, através deste método super inteligente de guardar um pedaço de tecido cheio de ranho no bolso da minha camisa. No fundo, estamos a assistir a uma conservatória de ranho putrefacto, que se vai andar a passear no bolso de alguém, até uma altura indefinida (provavelmente por já estar tão nojento, tão nojento, que nem aquele seu proprietário, com aqueles seus hábitos nojentos, consegue mais suportá-lo). Ora, no meu humilde ponto de vista, guardar o lencinho do ranhoca no bolso – e depois voltar a usá-lo e depois voltar a guardá-lo – é basicamente a mesma coisa do que, por exemplo, nunca lavar as mãos para poupar água. Só que pior, porque a quantidade de detritos humanos com a qual o ser humano se passeia é superior. Usem o Cleanex, meus caros, transformem o mundo à vossa volta num local mais habitável. Vão ver que não arrependem. Se calhar até fazem mais amigos por causa disso, ou, pelo menos, não os afastam tanto. 

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