Uma amizade é como um namoro, só que mais forte. Pelo menos,
para mim, sempre foi. Desde miúda que tive bastante facilidade em trocar de
namorado e recuperar de desgostos amorosos. E ao passo que as minhas amigas
sofriam horrores pelos seus namoradinhos, eu ficava era mesmo chateada quando
me chateava com elas. Era disso que não conseguia recuperar bem, porque era aí
que, para mim, se dava a verdadeira partilha.
O Nuno foi bastante importante para mim, nesta fase da vida.
Esteve lá quando acabei com uma relação duradoura e quase sem eu me aperceber
disso tornou-se numa peça chave de todo um processo/patamar pelo qual passei
ultimamente e que acabou por findar um certo paradigma pessoal. Agora, vai-se
embora, viver para Copenhaga.
Quando recebi a notícia, a minha primeira reacção foi de
felicidade, claro. Sei que ele nunca viveu fora e ansiava por uma experiência
deste tipo e também sei que é uma oportunidade única e maravilhosa para
qualquer um. Lembrei-me das minhas viagens e estadia em Amesterdão e de como a
minha vida teria sido desinteressante sem estas. No entanto, depois da
excitação inicial, fica a pergunta: e agora? Não me apetece fazer tudo outra
vez, não me apetece andar à procura de outro Nuno!
Finalmente, percebo o que os meus amigos sentiram quando eu
me fui embora: um misto de contentamento, inveja e tristeza. É injusto quando
criamos com alguém uma partilha especial e depois essa pessoa se vai embora. Tendo
viajado, já me aconteceu muitas vezes. Também já me fui embora e deixei pessoas
que depois mudaram. Também mudei.
Tudo muda e ninguém é garantido. Não há lugares seguros e
isso acaba por nos fazer evoluir. Mas que nos vemos por aí, vemos com certeza.
E agora vou acabar com os clichés reconfortantes e vou só ali chorar um
bocadinho, com licença.
Sem comentários:
Enviar um comentário