quarta-feira, 28 de julho de 2010

Acautelem-se, vem aí Ghob, Rei-mestre-gnomo-sábio-mestre-sábio-rei

Chega o Verão, e qual a melhor maneira de inaugurar as férias senão com uma boa praia, uma caipirinha à beira-mar, e um assassino sodomita em série?
Pois é, este ano a Silly Season estreia-se em grande com a história do já famoso Francisco Leitão,acusado da chacina pré-meditada de três inocentes jovens, em Torres Vedras. Mas as coisas não ficam por aí.
Ao que parece esta personagem, auto-intitulada “Ghob – o Rei dos Gnomos”, encabeçava uma sorte de seita, na qual participava um número alargado de adolescentes, que se entregavam às actividades mais interessantes e diversas. Nomeadamente sodomia, mas também isto:



Perdi tempo a tentar perceber o que terá levado estes jovens a pactuarem com comportamentos tão bizarros. Não cheguei a nenhuma conclusão. Estamos a falar de um homem que vivia numa casa em forma de castelo, decorada com arabescos e adornos medievais; e que colocava vídeos no Youtube em que se esvaia em fumo, rodeado de motivos caleidoscópicos coloridos. Uma coisa que talvez fosse normal numa remota aldeia da Mesopotâmia no ano 200 a.C., deixa talvez de o ser passando-se desta vez em Torres Vedras – Portugal, em pleno século XXI.
A minha boa vontade impede-me de concluir pelo retardamento mental dos jovens que se deixaram envolver nestas actividades, ou mesmo pelo da sua esposa Gina que afirmava inocentemente “não se ter apercebido de nada”. Até porque não foram estes os únicos a deixarem-se iludir pelo famoso e maquiavélico “Ghob – Rei dos Gnomos”. Os pais das vítimas, durante vários meses, foram eles próprios convencidos por Francisco Leitão em pessoa de que os seus filhos estavam bem, “em Espanha”…

Com espanto percebi que o mundo hoje em dia é um lugar muito mais enganador do que julgava. Penso que não deva ser a única pessoa assim surpreendida. Seguramente haverão muitos mais cidadãos portugueses em pânico neste momento, concluindo que se toda esta boa gente não suspeitara que Francisco Leitão era um potencial assassino em série, nada impede então que nós próprios encontremos um senhor como este no nosso dia-a-dia, e que ele chacine e viole as nossas criancinhas sem que sequer disso nos apercebamos, na nossa inocência.

O que, a meu ver, suscita todo um rol de questões substancialmente pertinentes, que podem em última instância vir a ser futuramente traduzidas por chamadas para o INEM, por parte dos cidadãos mais alarmados (entre os quais, admito, eu própria me encontro). Eis alguns exemplos que me parecem plausiveis:
- Escutei, no outro dia, uns barulhos esquisitos vindos de casa da vizinha do 1º esquerdo, seguidos de fumaça e cheiro a enxofre. Será que me devo inquietar?
- Será que o meu namorado/marido é “Ghob – o Rei dos Gnomos”? Se sim, quais as melhores maneiras de o detectar?
- O senhor do café costuma olhar para mim de um modo esquisito, será que ele é um Rei dos Gnomos?
- Será que os meus pais são os Reis dos Gnomos?
- Será que eu sou o Rei dos Gnomos?
Portugal que se prepare para o pânico, pois ele não demorará a chegar. O que poderiam ser uns bons dias com a família no Parque de Campismo da Caparica, de tanga, a fritar lulas ainda fervilhantes e semi-vivas no churrasco, enquanto se trauteia o último êxito de Romana; transformar-se-á sem aviso que o preceda num suceder de horas de terror, em que ninguém está a salvo, e o Mundo está prestes a atingir o seu fim.

2012 aproxima-se. Francisco Leitão está entre nós.

Viva o Verão. E, se for esse o caso, boas férias.

1 comentário:

  1. Sim, de facto não há palavras para descrever tanto este tipo de pessoas, como este tipo de actos. São pessoas doentes, que vivem na ilusão e na fantasia.

    Este indivíduo deveria ficar na prisão até ao resto dos seus dias, mas provavelmente apanha uns anitos, saíndo ao fim de metade por suposto "bom comportamento". É pena que a Justiça feche um pouco os olhos a estas coisas, porque lá fora qualquer crime mínimo dá direito a uma considerável pena atrás das grades, mas em Portugal há muito o hábito de assobiar e dizer "os outros que façam". Isso ou criticar insistentemente, dizendo "há que mudar" e depois sentar-se à sombra da bananeira.

    Enfim, são estas coisas que estragam vidas, e aqueles jovens, embora ingénuos e algo "tapadinhos", morreram e não mais voltarão. É assim a vida pelo burgo...

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