Fazer dieta é, regra geral, positivo. Além de nos libertar
do quilos a mais, purga o organismo e faz-nos tomar consciência do estilo de vida
pouco saudável que andávamos a praticar. Tudo isto é muito bonito, mas há uma
condição essencial a não esquecer: quando nos queremos lançar nesta aventura,
também temos de nos mudar para uma ilha deserta, quinta ou gruta no meio do
mato.
Com efeito, é impossível fazê-lo com os outros ao lado. A partir de agora, ou nos fechamos em casa, ou a nossa vida social vai ser um inferno, povoado por todo o tipo de opinadores. Claro que é querido que se preocupem connosco e/ou achem que já estamos em suficiente boa forma. Mas há quem vá longe de mais. Aqui estão, segundo a minha perspectiva, algumas das categorias mais comuns nesse aspecto:
Com efeito, é impossível fazê-lo com os outros ao lado. A partir de agora, ou nos fechamos em casa, ou a nossa vida social vai ser um inferno, povoado por todo o tipo de opinadores. Claro que é querido que se preocupem connosco e/ou achem que já estamos em suficiente boa forma. Mas há quem vá longe de mais. Aqui estão, segundo a minha perspectiva, algumas das categorias mais comuns nesse aspecto:
O nutricionista-amador: há sempre alguém que de repente sabe
tudo sobre nutrição e que, não só acha a nossa dieta parva, como insiste em que
sigamos o seu método. “Tens de comer uma beterraba assada por dia enquanto
fazes o pino e cantas o hino nacional” – garante, e não descansa enquanto não
prometemos experimentar a sua técnica.
O preocupado: mas tu não precisas! – exclama, avaliando-nos
de alto a baixo, ao mesmo tempo que morde os lábios e abana a cabeça. Inútil
explicar que o objectivo é apenas recuperar a figura com a qual nos sentíamos
confortáveis. Ele não vai acreditar e vai estar o tempo todo a tentar fazer com
que nos “descuidemos” ao declarar as verdadeiras razões deste regime: um
desgosto, uma anorexia, uma depressão profunda.
O desconfiado: não comeste? – pergunta, com ar de pânico,
depois de chafurdar no seu prato de carbonara com queijo e bacon extra. Este é
aquele que vai ainda mais longe e acha que o nosso plano é mesmo,
declaradamente, morrer à fome. Quando dizemos que já comemos, mas mais discretamente, a pessoa fica a contemplar o mais
profundo dos nossos olhos, como que para detectar neles o brilho subnutrido da
suposta mentira.
O tentador-provocador: aquele que se “esquece” e de cinco em
cinco minutos nos propõe cervejas, vinho, doces e bolos. Este é o pior, porque
nos obriga a fazer constantemente cara de seca ou sorrisos forçados, para
recusar coisas. Claro que, com a neura com a qual ficámos depois de todos os
comentários supra-referidos, duvidamos da inocência destas propostas.
A alternativa, claro, é mentir. Inventar que não se come
doces porque eles caem mal a esta hora, não se quer batatas simplesmente porque
não se suporta os fritos (o quê, não sabias isso? Pois, conheces-me tão mal...)
e que não se está a beber por causa do Ramadão. Conheço quem invente esse tipo
de desculpas e parece-me, francamente, estúpido. Mas também é, pelos vistos, a
única opção viável.
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